segunda-feira, 20 de abril de 2009

11 - NO HOSPITAL PÚBLICO

A fila do Hospital Público.

Maria Zé, a fila está enorme.

José
Vai dar tudo certo, fique aqui na fila, enquanto vou providenciar a internação.

(José vai até o guichê falar com a Atendente que está distraida, tentando acertar com o cata-moscas, os insetos que estão sobre o balcão)

JoséMoça, a minha mulher está quase dando a luz, lá no final da fila.

Atendente - Companheiro, estamos atendendo em regime de greve. - Diz enquanto tasca um adesivo da CUT na blusa de José.

José - Bom, se tem fila é porque tem médicos e vaga nos leitos... Menos mal!

AtendenteMeu amigo, a maioria dos profissionais da saúde pública, estão por ai nas ruas, reivindicando o reajuste salárial e melhores condições de trabalho... O único médico na casa, só atende casos urgentes e só teremos vagas nos leitos, daqui a quinze dias.

JoséMas isso é um absurdo! O caso da minha esposa é urgente.

Atendente
Sinto muito, mas aqui no hospital está cheio de casos urgentes... Olhe ao redor.

José olhou e viu pessoas baleadas, idosos, macas nos corredores e outras gestantes.

Os pacientes começam a reclamar contra o abandono e a falta de assistência.

Maria passa mal no final da fila

José ampara Maria pelo ombro e saem desiludidos... Na caminhada do casal até a praça, sugiro a música de Vinícius de morais - A Rosa de Hiroxima.

Nenhum comentário: