segunda-feira, 20 de abril de 2009

8 - A PARTIDA.


NARRAÇÃO

Enquanto isso, num determinado dia, corre pelo sertão de Nazaré a notícia que uma multinacional com sede na distante cidade de Belém, está selecionando profissionais da construção civil para trabalharem numa obra faraônica. José que é um exímio profissional da carpintaria, não quis perder essa oportunidade rara. Consegue logo carona na boléia de um caminhão e corre para avisar Maria que ele partirá ao anoitecer, mas Maria se recusa a ficar no sertão, sem a presença dele.

( Enquanto José arruma a mala, Maria enche de água , o velho filtro de barro)

MariaSabe Zé?... Te admiro muito.

JoséÉ mesmo?... Por quê?Pergunta José sorrindo.

MariaPor tudo. Principalmente por tua determinação e força de vontade... É lamentável saber que muitos homens de bem, cruzam os braços, enquanto aguardam a providência divina e se esquecem que Deus já nos deu as ferramentas necessárias.

José
É verdade! Deus sempre proverá no momento oportuno, mas como diz o ditado: "o importante é ir a luta e pescar o peixe".

MariaIsso mesmo!...
(José, apressado, joga as roupas na mala e Maria resolve ajuda-lo)
Maria - Calma homem, deixe que eu arrumo procê... Mas por quê tanta pressa, hein?... Afinal, a que horas "iremos" partir para Belém?

JoséNão Maria! Nem pense em me acompanhar, a viajem é longa e você está grávida.

MariaZé, esses processos de seleção de trabalho costumam demorar muito e eu não quero dar a luz ao nosso filho sem a tua presença.

JoséMeu amor, essa viagem pode te fazer mal e eu não quero sacrificar nem você e nem o nosso filho... Eu só quero o bem estar de vocês.

Maria
Eu sei, mas o nosso melhor é ficar do teu lado, além do quê a gravidez não é doença... Veja o exemplo de minha prima Isabel que teve uma gestação de alto risco, por causa da idade avançada e no entanto o Joãozinho nasceu forte e saudável.

José - É!... Engraçado!?... Deixa pra lá!

Maria - ?... O quê?
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José - Nada não... É que sinto uma sensação de leveza e de paz, quando brinco ou estou perto do Joãozinho.

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Maria - Eu também sinto a mesma sensação e tenho certeza que essa nova geração, incluindo o nosso filho, está vindo para revolucionar o nosso comportamento em todos os sentidos.
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José Bom, tá na hora e já que você faz tanta questão em me acompanhar, apesar das privações, vamos embora logo, senão perderemos a carona.


NARRAÇÃO
Assim o jovem casal viaja para Belém, de carona na boléia de um caminhão.

(Música de retirantes, tipo Asa Branca)



Narração

Ao chegarem na cidade grande, José procura logo um quarto, um cômodo para abrigar a esposa, mas os aluguéis estavam muito caro e quando achavam um com o preço razoável, o proprietário pedia um fiador que possuísse dois imóveis ou então um depósito de três meses adiantados.


Já era tarde quando o casal chegou na praça. Maria sentou-se no banco exausta e sentindo que o bebê estava preste a nascer.

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