
Maria e José voltam para a praça e sentam no mesmo banco.
Ao lado do banco, estava um menino de rua, enrolado no cobertor e ao longe um casal de moradores de rua, brinca com um cachorro.
Menino de rua – Tio, me dá um real?
José – Lamento, me roubaram a mala e o pouco dinheiro que tinha.
Maria – Mas temos esse sanduíche – Maria tira da sacola um pão com mortadela e dá para o menino comer.
José - O que você está fazendo na rua?... Vai pra casa menino, já é tarde!
Menino de Rua - Não posso, morava na favela do Galo com a minha vó, mas agora ela tá presa e eu fui expulso da favela.
José - Lamento!
Maria - E porque a sua vozinha está presa?
Menino de Rua - Por causa de quê, ela "robô" um pacote de macarrão no mercado.
Maria - Sinto muito!... Mas não se preocupe, em breve ela estará solta.
Menino de Rua - Não tia, ela vai "puxar" uns 5 anos de cadeia.
José - Que absurdo!... Enquanto isso os criminosos de alta periculosidade estão por ai, soltos.
Maria - A lei do homem é falha, mas a de Deus não... Vou vibrar por sua avó e... Nesse momento Maria senti dor... Ai!!... O bebê quer nascer... E agora Zé?... O que faremos?
José – Calma! Vamos encontrar uma solução.
Maria – Com certeza!... O nosso filho não pode nascer ao relento.
O menino que comia o pão, escutava a conversa e resolveu opinar:
Menino – Tio, o meu mano faz avião pro Herodes... Se quiser eu falo com ele...
José – Não!!! Isso nunca.
Maria – Herodes está muito doente e enquanto ele não se redimir, todos devem se afastar dele, inclusive você e o teu irmão.
Menino de rua – O quê?... Se redimir?

Menino de rua – A tá, tendi!... Pausa... IIhhh tia? Vai ser muito difícil o Herodes ficar bonzinho... É ruim, hein?
Maria – É difícil sim, mas não é impossível... Todos nós carregamos a centelha divina e Herodes, cedo ou tarde, vai encontrar o caminho da luz?
Menino de rua – É mesmo, tia?
Maria - Sim!... Você sabia que o nosso destino é evoluir sempre, até chegar no patamar da angelitude?
Menino de rua – Sabia não!... Poxa, que legal!!!
Enquanto Maria palestrava com o menino, José permanecia pensativo, procurando encontrar numa solução para esse problema. De repente ele fala:
José – Meu amor, tive uma idéia
Maria – Não, Zé... Jamais!
José – Poxa Maria, Deus entenderia que o nosso momento é de aflição.
Maria – Zé, você é um bom homem. Não se iluda e lembre-se que uma das missões do nosso filho é acabar com o artificialismo desnecessário. O nascimento dele não deverá estar ligado ao consumo.
José fica pensativo e senti vergonha de ter sugerido essa saída.
José – É mesmo! Você como sempre está certa! O sensacionalismo e a comercialização, não estão nos planos da criança iluminada e eu também não quero que o nosso filho nasça patrocinado pelo tempero Arisco.
Cena com gestos e mímicas.
O menino de rua percebendo o dilema, levanta e vai falar com os moradores de rua.
(Os cinco saem de cena)
(Coral)
Um comentário:
...triste
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